Thursday, July 5, 2018
Não fazes nada...
"- Não fazes nada...e eu sou uma fotocópia de ti."
Maldita droga, maldita droga
atiraram-me do alto do viaduto para a linha dos comboios
tive muita sorte, dizem
em não ter morrido, dizem.
Maldita droga, maldita droga
todos os dias iguais, vazios uns atrás dos outros -
como fotocópias...todos os dias sentar-se à mesa
nunca ter trabalhado para pôr a comida no prato
todos os dias iguais, vazios uns atrás dos outros -
como fotocópias...papel por imprimir, filme por expor.
...às vezes Portugal joga.
(Há dias ouvi alguém dirigir-se a outrem assim, como está escrito acima.
Pensei nos muitos que vi perder a vida por dependências várias e nos que ainda sobrevivem com as cicatrizes indeléveis desses anos de chumbo. Acto contínuo surgiram-me "os versos" que alinho acima.)
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ReplyDeleteLi o teu poema
Acho-o lindo
e fez-me pensar…
Não imagino o que é ter dependências…nunca tive nenhuma
Há muitas coisas de que gosto imenso, mas não me sinto dependente delas
De nenhuma!
Amo imenso, infinitamente uma pessoa, mas não é uma dependência…é um sentimento
Escrevo-te porque se fala imenso do inferno por que passam as pessoas que têm dependências
Mas muito pouco das pessoas que têm, que são obrigadas a viver com essas pessoas
Pessoas que querem o Céu
E que vivem vidas de sofrimento, porque outros, ou escolheram, ou foram escolhidas pelo Inferno
são fotocópias também?
o que achas dos dias de chumbo dessas pessoas?
da sua solidão, da sua angústia, e das suas cicatrizes?