Tuesday, July 24, 2012

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INOCÊNCIA

No pórtico da casa, entre lilases,
o par de namorados brincava de apertar-se as mãos
e de contar os dedos.
Havia sempre um dedo a mais.


SABEDORIA

Tarde da noite, o «party» terminava
num desabar de bêbados
e de falsos bêbados.

O bêbado despiu-se lentamente,
os falsos bêbados rodearam-no.

No dia seguinte, ninguém conseguia lembrar-se do que acontecera.


JORGE DE SENA in "Sequências", Série «América, América, I Love You", colecção Círculo de Poesia da Moraes Editores, 1ª ed. de Julho de 1980
(Os dois poemas foram escritos a 12/Ago/1969)
Soneto de Separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Vinicius de Moraes


Monday, July 23, 2012

I rose in it

“Don’t ever think I fell for you, or fell over you. I didn’t fall in love, I rose in it.”

- Toni Morrison
 
 

Kerouac



““It’s not that I can’t fall in love. It’s really that I can’t help falling in love with too many things all at once So, you must understand why I can’t distinguish between what’s platonic and what isn’t, because it’s all too much and not enough at the same time.””

-
Jack Kerouac

no words


no words...the heat is on.

Sunday, July 22, 2012

sono

o sono é uma praia vazia, vazia de vento e com o mar mudo