Estava a ser um dia daqueles...só pessoas famosas se cruzavam comigo, ora era uma moça da telenovela da noite, ora era a Laurin Hyll...o Metro veio como habitualmente, mas parecia avançar sobre rodas quadradas e tudo abanava de uma forma estranha, as luzes tremeluziam.
Um sujeito barbudo levantou-se e começou a falar sobre a alegoria da caverna do Platão, uma vozinha vinda do fundo da carruagem repetia :
- Oh, estou tão preocupada, tão preocupada...
Isto não parecia augurar nada de bom e ao fundo do túnel um sujeito parecido, não !...Era, era mesmo o Mário Centeno a tocar um sino ! O Centeno a tocar um sino ao fundo do túnel.
Uma voz grossa tonitruou :
- Deixem-se de banalidades, toca a dispersar, tudo a andar, tudo a andar...
E nós fomos, eu pelo menos fui, isto é vim...enfim...Agora está a passar o Dirk Bogarde.
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