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Rapidamente, todos aprenderam a classificar a crise como oportunidade e a apontar caminhos.
Agora, quem mede o que já foi feito ? A eficácia e os números reais dos apoios às médias, pequenas e muito pequenas empresas ? Porque os números dos apoios à banca, vão sendo conhecidos, um pouco a contragosto do governo, mas ainda assim sabemos da sua dimensão e da sua realidade.
Retoricamente, poucos como nós, estariam tão bem equipados para a globalização - desde sempre que somos um entreposto nas rotas comerciais entre continentes, desde muito cedo que somos um país de emigrantes para todas as zonas do globo. Temos facilidade de adaptação a novas linguas e a diferentes culturas, poderiamos assim unir o Norte e o Sul, o Oeste com o Este.
Só que actualmente, este papel exige uma de duas capacidades : ou capital próprio para investir e lançar projectos, onde fazem mais sentido, ou então conhecimento, a capacidade de liderar projectos inovadores, que possam mobilizar capitais de outros.
Ora, não tendo muito capital próprio, parece-me que estamos condenados a apostar na via do conhecimento, em mobilizar toda a nossa sociedade para tal - incentivando os jovens, indo se necessário for buscar figuras com a capacidade de o fazer noutros países.
Falhando este desafio, resta-nos esperar que a Europa se una cada vez mais, e que a Europa então nos salve, especializando-nos nós em sermos seus "caterers" e o país enfim o tal jardim à beira mar plantado...
(Uma coisa não seremos : juristas - é desolador o funcionamento da justiça no país. O próprio primeiro ministro vive acossado pela suspeita e em ano de eleições os orgãos judiciais não conseguem desfazer as suspeitas atempadamente.)