Wednesday, March 3, 2010

Cheia

O rio fora das margens baralha todas as coisas. Os meus óculos partiram-se. Sem ler fico como um peixe fora de água. Aproveito para olhar ao longe, ao longe vejo.
Os pássaros aproveitam os campos inundados e brincam em bandos, indiferentes aos comboios vagarosos. De repente bate-me, nós não somos um. Nunca seremos.
Nós somos múltiplos, diferentes de um rio ou de uma árvore, as nossas raízes as nossas margens, estão espalhadas por muitos lugares.
Respiro.

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