Thursday, September 17, 2009

à noite

Lembro-me vagamente do sonho, penso que alguém, uma mulher, procurava qualquer coisa... entretanto várias peripécias lhe iam sucedendo, não consigo lembrar quais, lembro-me só que o sonho acabou com uma figura masculina, reclinada, na exacta pose da figura que Miguel Ângelo pintou no tecto da Capela Sistina e uma câmara fez um zoom sobre o seu pénis erecto e de alguma forma aquilo representava o fim da busca da personagem. A principio pareceu-me kitsch a imagem, mas sim, depois pensei,se era o que ela realmente procurava, então está bem.



Passeio os cães sempre à noite e por sitios pouco frequentados, gosto de os soltar e deixá-los andar à sua vontade, depois de passarem o dia fechados. Naquela noite, estava um carro parado, encostado a uns arbustos, tinha a janela aberta e o rádio ligado, pensei que fosse um casal de namorados e tentei passar inadvertido, fiz para que os cães também não se aproximassem demasiado, e segui.
Um bocado à frente, tive de me baixar para atacar um sapato que entretanto se tinha desapertado, chamei a cadela para junto de mim, porque ela é a mais irrequieta e a tenho de ter sempre debaixo de olho, entretanto o carro começou a mover-se na nossa direção, quando passou por nós, um sujeito acenou-me através da janela, pareceu-me que o fez em câmara lenta, assim como nos filmes do David Lynch. Lembrei-me de uma coisa que me tinha acontecido no passado.



Vinha de estar com os meus amigos, já era bastante tarde e comecei a fazer a parte final do caminho para casa dos meus pais. Depois da estação dos comboios até casa, tinha de andar um bocado ao longo da estrada nacional, o que tarde à noite era sempre um bocado assustador...Naquela noite, debaixo de uma árvore estava um carro parado, quando passei por ele, um tipo de dentro chamou-me : "- Anda, anda..." e acenou-me com a cabeça, eu continuei a caminhar sem olhar e sem nada responder, o tipo arrancou e seguiu ainda um bocado ao meu lado : "- Anda !" mas eu aguentei-me e segui sempre sem me voltar ou alterar o meu passo.

No comments:

Post a Comment