Wednesday, April 15, 2009

Politica






Poderá haver honestidade na politica ? Poderá um politico num cargo de poder, falar verdade aos seus eleitores ?

Toda a nossa sociedade está montada em presunções de eficácia, na definição e obtenção de objectivos, igualmente na politica, desde a partidária, à exercida nos orgãos de soberania este modus operandi tornou-se universal.
Existindo os partidos politicos (e os seus membros) para o exercício do poder, delimitado este exercicio pelo intervalo das eleições, aconteceu naturalmente que máquinas propagandisticas foram sendo criadas, com a única função de delimitação dos objectivos a alcançar, de garantir a aparência da sua resolução e limitando todos os estragos que a usura do quotidiano, vai fazendo na imagem dos politicos, dos partidos e mesmo dos orgãos de soberania.
Assim sendo existe uma camada de abstração entre a realidade e todos nós, o efeito destas máquinas de propaganda sobre os media, faz com que as noticias, as opiniões que são divulgadas, sejam cirúrgicas e sirvam os fins dos seus patronos. A ideia aqui, é que a opinião pública, seja mesmo a publicada...
Toda a actividade, a imagem mesmo dos politicos é totalmente ditada e controlada por estes "spinmakers", resultando assim que as politicas de uma nação, sejam ditadas não pelos seus interesses objectivos ou mesmo por orientações ideológicas ou programáticas, mas por interesses propagandisticos sempre agarrados ao imediato.
Quer-me parecer que algo de muito semelhante aconteceu à economia mundial, onde um determinado status quo, altamente vantajoso para alguns, foi mantido às custas de todos, por uma máquina propagandistica verdadeiramente global.
Como saír deste circulo vicioso ? As democracias ocidentais, são até ver o melhor modelo de governação, mas a profissionalização dos politicos e a sua necessidade de sucesso entrega-os nas mãos dos "spin doctors", não interessa o que eles são à partida, a sua continuidade exigirá sempre, a sua formatação e a sua conformidade com as regras do jogo.
Nalguns países subvertem-se a esta lógica, instituições que nunca o deveriam estar, como as que administram a justiça, a saúde ou a segurança e quando se chega aqui é o grau minimo de democracia, de uma formalmente chamada "democracia". Aqui a paranoia e a corrupção campeiam, para gaúdio de oligarcas mais ou menos coloridos, mais ou menos localizados.
Olhar para trás pode ajudar, olhar para trás objectivamente pode-nos dizer por exemplo que na génese dos sistemas que nos governam hoje, se assumia uma participação directa dos cidadãos no governo da comunidade, até porque isso era o seu factor de identidade, o que os tornava distintos dos estranhos, dos de fora da comunidade. Nada que se possa fazer com os muitos que somos hoje, pode-se sempre tentar limitar os números e tentar a criação de células pequenas, locais e aí praticar a democracia directa. Mas os problemas que nos afligem hoje são complexos e globais, exigem objectivos globais, também.
Resta-nos a educação, a formação de cidadãos, o não desistir, o participar e o acreditar sempre. Resta-nos tentar escutar para além do que nos dizem as máquinas de propaganda, apoiar media independentes e objectivos, utilizar todas as plataformas que a tecnologia actual nos oferece. Quem sabe não surgirá por aqui, uma nova via ?

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