Carpe diem
Confias no incerto amanhã? Entregas 
às sombras do acaso a resposta inadiável? 
Aceitas que a diurna inquietação da alma 
substitua o riso claro de um corpo 
que te exige o prazer? Fogem-te, por entre os dedos, 
os instantes; e nos lábios dessa que amaste 
morre um fim de frase, deixando a dúvida 
definitiva. Um nome inútil persegue a tua memória, 
para que o roubes ao sono dos sentidos. Porém, 
nenhum rosto lhe dá a forma que desejarias; 
e abraças a própria figura do vazio. Então, 
por que esperas para sair ao encontro da vida, 
do sopro quente da primavera, das margens 
visíveis do humano? "Não", dizes, "nada me obrigará 
à renúncia de mim próprio --- nem esse olhar 
que me oforece o leito profundo da sua imagem!" 
Louco, ignora que o destino, por vezes, 
se confunde com a brevidade do verso. 
Nuno Júdice
Wednesday, April 14, 2010
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Adoro este texto.
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