Friday, October 9, 2009

The blessings of love


Botticelli, the Madona of the Pomegranite

Andei toda a manhã pelos pinhais com a Leah...ela muito contente, sempre a correr, bem à minha frente. Muitos pássaros a cantar ao nossso redor.
Almoçámos com os vizinhos, o Senhor Manuel num momento da conversa, disse : "- Gosto de pegar nas coisas que eram da minha mãe, porque falam-me dela..."

Penso nas bençãos do amor - uma vez vividas nunca mais são esquecidas. Podemos estar adiantados na idade, como o próprio Senhor Manuel, mas lembramo-nos sempre do amor e agarramo-nos a ele.
Sinto-me bem ao saber, que em todos os lugares daqui, mesmo nos mais pequenos ou mesmo onde não existe vivalma, as pessoas contruiram casas - casas para abrigar a imagem de uma jovem mãe, com o seu filho pequeno ao colo.
Sei que para outras pessoas, existem outras razões e essas casas têm outros usos, mas a mim conforta-me pensar que é o amor de uma mãe que sustenta tudo.


I've been walking all morning in the fields with Leah...she was very happy, always running well ahead of me. Many birds singing all around us.
During lunch with the neighbours, one of them, Senhor Manuel at one point, said : "- I like to hold my late mother things, they speak to me of her..."

I think in the blessings of love - once felt they're never forgotten, you can be well up in your years, like Senhor Manuel, but you remember love and you hold on to it.
It's nice to know that all around here, even in the smallest of villages, even where there's nobody, people built houses; houses just to keep the image of a young mother, holding her small son. Don't care what it means more, what other uses people give to it, just want to think that it's the love of a mother that sustains it all.

(I'm sorry for my particular english,it is bad, I know, I'm just trying to reach out, touch more of you or trying to...)

Monday, October 5, 2009

Luís Manuel



O Luís Manuel tinha o Nice Pair dos Pink Floyd e o primeiro dos Santana. Foi o primeiro de nós a ter matracas (e o único também, se descontarmos o Júnior...), também de nós foi o único a ter uma fase maoista, bom isto se descontarmos o Júnior, que começo a achar agora, se calhar ao tempo,seguia o Luís um bocado - também foram os dois primeiros a usar os jeans bem justos até ao joelho e depois bem largos a partir daí...sonhávamos em ser rock stars, quer dizer pilotos de fórmula 1, jogadores de futebol (isso mais eu), engenheiros, generais...
Tínhamos o mundo inteiro ao nosso alcance, ali naquela casa do quintal da avó do Óscar, enquanto o país ardia nos Verões quentes de 1974 e 1975, nós discutiamos tudo e experimentávamos connosco próprios - aprendíamos as aventuras dos sentimentos.
Na versão final, a "Casinha" tinha a sala vermelha, onde estava o gira discos, a sala de entrada onde dominava a cara do Hendrix, em alto contraste a negro sobre fundo café e finalmente a sala negra, onde numa parede o José João tinha reproduzido a capa do Dark side of the Moon. Quando chegaram os fumos e outros vícios, muitos cobiçaram o nosso refúgio e a "Casinha" acabou.
Depois disso o Luís foi outra vez o primeiro a casar, o primeiro a divorciar-se e atravessou noites nas quais mais nenhum de nós se atreveu. Ás vezes estivemos perto como era certo, outras estivemos distantes, por ignorância e esquecimento.
Também com a morte, o Luís Manuel foi destinado a ser o primeiro, não lhe foi nada fácil e se alguém tivesse dúvidas, a morte mostrou a sua verdadeira face : ela é a prova final e joga sempre com as suas próprias regras, não podes negociar com ela ou sequer tentar iludi-la.