Tuesday, November 30, 2010

Nos mercados impera o mau tempo...


Um grande navio de cruzeiro, estava atracado no cais hoje. Uma chuva miudinha acentuava um frio que nos entrava pelos ossos...para nós os que descíamos do comboio e chegávamos à cidade naquele instante era um dia como outro qualquer, frio e chato...
Para os do paquete, seria um dia diferente - um novo dia, numa nova cidade, será que o sol brilha sempre nos navios de cruzeiro ?

E nos mercados ? Nos mercados impera o mau tempo e as nuvens de borrasca não cessam de se avolumar sobre os céus da Europa, por enquanto vão carregando na periferia, mas tão certo como a chuva cair do céu para a terra vão carregar também no centro.

Primeiro os bárbaros caíram sobre os restos do império decadente, em orgias sem nexo devastaram as suas capitais outrora opulentas e requintadas, quando os festins terminarem e a noite imperar sobre as terras os deuses obscuros de crenças nocturnas terão o seu tempo de novo. O sangue e o suor, a dor, só com muita dor construiremos tudo de novo.

Duvidamos das gerações presentes e das que virão, duvidamos do seu estoicismo e da sua garra, o tempo as moldará, como o fogo e a força moldam o ferro e o aço. O tempo.

O navio de cruzeiro parece uma incongruência aqui na rua, uma ruína já, mas move-se, move-se ainda e seduz com o som das suas sirenes. Vai partir, vai partir...

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