Thursday, October 14, 2010

Orçamento de estado

Algumas coisas compreendem-se instantaneamente
ou não se compreendem de todo.

Prostituta criminal,
acusa o panfleto espalhado por toda a esquina,
é sabido que a alta finança corrompe, mas o caso
parece todavia mal explicado. Sorrindo meias palavras
os manda-chuvas, descem a escadaria
desdenham da eloquência, reinam sobre os casos práticos
sabem enumerar todas as escravidões da divida.
Les jeux sont faits, agora não há como fugir, é aguentar estoicamente
sangrada a  besta esperneia : - Eh lá, ninguém nos tinha dito
que a tourada era à espanhola...agora não nos venham matar.

- Ficai tranquilos, ninguém vos quer mal, vós sois o leite,
o leite da ventura, que jorra farto da teta maternal,
madre do eterno lucro, mãe pródiga, abrigo seguro
a história não tanto se repete, simplesmente continua.

2 comments:

  1. Ui. A coisa está mesmo mal. Belo poema.

    Tenho pelo menos a satisfação de nunca ter votado em tal cambada (não que neste momento haja grande alternativa). Será que cada povo tem o governo que merece? É triste, face ao que se está a passar em Portugal, pensar que sim.

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  2. Nem sei, Claudia, infelizmente creio que sim e eu próprio no passado acreditei na cantiga optimista e voluntarista deles...
    Agora, acho que tem de ser mesmo back to basics : pagar o que se deve, contar todo o dinheiro que se gasta e só gastá-lo bem gasto, começar a poupar logo que for possível.
    Distribuir a carga por todos, não ceder à chantagem dos mais fortes, fugir do assistencialismo também...qualificar a sério as gentes, criar e fomentar o empreendedorismo a sério e sério. Arranjar quem faça isto já.

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